Pacientes com Miastenia gravis (MG) desenvolvem diferentes anticorpos contra o receptor de acetilcolina, entre eles o anticorpo ligante, o bloqueador e o modulador. Estes anticorpos estão primariamente associados à redução do número de receptores de acetilcolina viáveis e estão presentes em 87% dos pacientes com Miastenia gravis (MG) generalizada, em 63% com a forma ocular, e em 58% com MG em remissão. Esta classe de anticorpos é capaz de ativar a cascata do complemento, provocando dano celular e perda dos receptores. Na ausência de MG, raramente encontram-se resultados falso-positivos na cirrose biliar primária, tireoidite auto-imune e timoma. Embora sua concentração sérica não esteja associada à gravidade da doença, observa-se uma diminuição de sua concentração após a melhora clínica resultante da terapia (ver também anticorpo bloqueador do receptor de acetilcolina e anticorpo modulador do receptor de acetilcolina). Indicação: Confirmação diagnóstica de Miastenia Gravis, monitoramento do tratamento com drogas imunossupressivas. Interpretação clínica: Não há correlação entre condição clínica e títulos de anticorpos contra receptores de acetilcolina. A ausência de anticorpo ligante de receptor de acetilcolina, no entanto, não exclui o diagnóstico de miastenia gravis, já que em 10% dos casos confirmados da doença não se detecta nenhum dos diferentes tipos deste anticorpo, por qualquer metodologia. Sugestão de leitura complementar: Juel V, Massey C, Janice M. Myasthenia Gravis. Orphan J Rare Dis 2007; 2:44-8 Lehmann Hartung P. et al. Plasma Exchange in Neuroimmunological Disorders, part two. Neuromuscular Diseases. Arch Neurol, 2006;63: 1066-71. |